segunda-feira, 29 de junho de 2015

29 de Abril não será esquecido


       Hoje, dois meses após o massacre ocorrido na Alep em Curitiba, os Centros da Universidade Estadual de Londrina estarão com programação especial durante todo o dia. 
       Lembrar o dia 29 de abril é uma questão de resistência e refletir sobre o fato e seus desdobramentos a partir da visão de docentes, alunos e funcionários é a proposta da UEL.



Sem luta não há conquistas

sexta-feira, 26 de junho de 2015

ARTIGO: ALUNOS OCUPAM A REITORIA. E DAÍ?



Por
Lucinea Aparecida de Rezende
Professora do Departamento de Educação da UEL

"Alunos da Universidade Estadual de Londrina – UEL – ocupam a reitoria. Que ousadia! Quem são eles, afinal? Situando: são estudantes – moças e moços que procuraram uma universidade para receberem colaboração naquilo que precisam: formação.

Como professora da UEL em final de carreira, quero justificar a expressão que usei acima: “ousadia”. É preciso ser ousado/a nesse nosso país, em particular em nosso estado do Paraná, ora palco de tantas coisas não desejáveis pela maioria da população, para escapar da mesmice. Para escapar de coisas imorais e ilegais, como tem noticiado frequentemente a imprensa local, estadual e nacional.

Estamos ao final de junho de 2015. Até agora, um semestre sem aulas. O que isso representa para um estado, uma nação? Há coisa pior? Sim, pode haver. Pior do que isso é professores e alunos serem tratados com bombas de gás, com cães, com agressões que passam por acusações não sustentadas e exposições equivocadas. Pior do que isso é aluno ter que ocupar reitoria para evidenciar o estado em que se encontra a universidade, que deveria estar aparelhada para o ajudar em sua formação. Pior do que isso é não atentarmos para a gravidade do que vem ocorrendo.

Esses estudantes, que eu perguntei quem são, no mínimo são a minha esperança, hoje. Eles não se calaram, não se acorvadaram, não se venderam. Lutam o bom combate. A utopia, no melhor sentido da palavra, um sonho, pode voltar! Quando tudo falha, os jovens – jovens como esses, capazes de assumir seus sonhos − podem mostrar que tudo pode ser mudado.

Eles estão a dizer a todos: − prestem mais atenção em nós e na universidade! Estamos a pedir socorro! As coisas estão muito mal! Frente a isso, há que se atentar para esse alerta desesperado. Desesperado, sim. Já há um semestre sem aulas, ainda tendo que continuar a greve, porque não houve atendimento do essencial. Não houve atendimento à instituição universidade e nem aos professores e alunos.

Apelos não foram ouvidos. O grito ficou ainda mais ecoante! Pais, sociedade organizada, prefeito, pessoas que acreditam que o país pode mudar para melhor, não ignorem esses gritos todos, ainda que estejamos roucos, ainda que sejamos poucos. É vital o pedido de socorro! Que todos escutem e ajam: não dá para esperar mais."

quinta-feira, 18 de junho de 2015

ARTIGO: A IMPOTÊNCIA DO CIDADÃO

Por Vanerli Beloti
Professora do Curso de Medicina veterinária da Universidade Estadual de Londrina

Não há sensação mais cruel do que a que se sente ao ver coisas muito ruins acontecerem nas suas barbas sem ter como interferir de maneira eficaz. É o que sentem os cidadãos paranaenses nesse momento, sobretudo os professores e servidores públicos.

O estado está tomado por uma imensa quadrilha que loteou os serviços e instâncias entre várias gangs, a da receita estadual, a dos pedágios, das obras, dos transportes, da manutenção, e de uma infinidade de outros segmentos. Ainda a cooptação dos poderes legislativo e judiciário mediante gordos e descarados favorecimentos, fazem com que os cidadãos comuns não tenham a quem recorrer. Como é que uma greve na data base, sem atendimento de um direito mínimo e constitucional, que é a reposição da inflação, pode ser julgada ilegal?

A quadrilha elege, então, um representante m                               aior com cara de bom moço, com família de propaganda de margarina, mas que tem a única finalidade de proporcionar e garantir a qualquer custo a continuidade segura e impune dos desmandos, desvios e assaltos bilionários aos recursos do estado do Paraná.  Assim também são inúmeros deputados, assim são muitos juízes. Gente de plantão,  financiados pela quadrilha em suas campanhas, ou que recebem cargos privilegiados, com a única finalidade de viabilizar os desejos cada vez mais megalomaníacos das gangs.

Uma gente sem escrúpulos, que joga bomba em professores e come criancinhas literalmente, em redes de pedofilia.

Todas as facções receberam seus aumentos de salario. Governador 14,6%, Deputados, judiciário, tribunal de contas, todos muito acima da inflação, além de  auxílios imorais como o moradia.

Aos professores oferecem 3,45%! Nem a reposição da inflação que é garantida pela constituição, de 8,17%, eles querem cumprir. E ainda querem embolar os próximos 3 anos dos nossos reajustes. Porque não fizeram isso com os próprios salários? Nossa previdência foi assaltada em nome dessa reposição, e agora ela não virá! Ao invés disso somos humilhados, enganados, sufocados com bombas, panfletos mentirosos, multas milionárias, ameaças de descontos e de demissões. Até onde vai isso? Que poço é esse que parece não ter fundo?

Tomara mesmo que Deus exista e olhe por nós, porque nas instâncias humanas, não temos mais a quem recorrer.


Agenda de mobilização



segunda-feira, 8 de junho de 2015

ARTIGO: “SUSPENSÃO DO CALENDÁRIO LETIVO” ação inevitável e necessária

Por  
Marta Favaro
Professora do Departamento de Educação  da Universidade Estadual de Londrina 
Maria Luiza M. Abbud
Professora do Departamento de Educação  da Universidade Estadual de Londrina 

             Diante do difícil cenário que estamos vivendo de desrespeito à educação, às condições de trabalho e aos direitos do funcionalismo público, no papel de professoras de uma instituição Pública nacionalmente respeitada como é a Universidade Estadual de Londrina, gostaríamos de nos dirigir aos nossos estudantes, mas antes, necessário se faz ‘engrossar’ o APELO aos nossos representantes no Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão, qual seja, DELIBEREM pela aprovação da suspensão do calendário das atividades de ensino:

Primeiro, porque isso preservará nossos estudantes da ação coercitiva de colegas que insistem em “desenvolver suas atividades” à revelia do movimento. Lembramos que eles também estão mobilizados;

Segundo, evitará o transtorno de lidarmos com dois calendários letivos com diversas e descompassadas situações de registro de atividades e freqüência. No caso da existência de dois calendários ambos deverão ser cumpridos, duplicando as atividades, visto que é direito dos estudantes submetidos aos hipotéticos calendários “A e B”, terem integralizados os dias letivos e atividades estabelecidas como mínimas.

Terceiro, a suspensão nos preservará, estudantes, professores e funcionários, nos colocando em situação administrativa e de calendário, compatíveis com a condição de trabalho da rede pública de Educação Básica, nossos parceiros incansáveis na luta pelos direitos do funcionalismo público, que todos somos.

Quarto, a Universidade só tem sentido de existir, pelo fato de termos estudantes vinculados a Ela, a suspensão do calendário letivo é uma manifestação de respeito à comunidade acadêmica.
            
           Aos nossos estudantes gostaríamos de esclarecer que o que foi deliberado pela Assembléia dos docentes e que precisa ser aprovado pelos Conselhos competentes da UEL foi a suspensão do CALENDÁRIO ESCOLAR, essa medida é necessária para protegê-los de ações coercitivas que os obriguem a freqüentar as atividades durante o movimento de greve. A suspensão não é cancelamento como correm os boatos, associando o calendário letivo ao calendário civil, indicando que a suspensão agora implicaria em não termos mais atividades até o próximo ano. É necessário compreender que são duas coisas distintas: calendário escolar e calendário civil. O calendário escolar poderá ser recomposto a qualquer tempo sem prejuízos maiores à atividade acadêmica. Temos consciência que o prejuízo se dará no tempo que levaremos para integralizar o ano letivo de 2015. Não há como prever a duração da greve (condição imposta pelo descaso, pelo desrespeito, pelo descompromisso do governo do Paraná na figura dos seus representantes), mas assim que retomarmos as atividades o ano letivo será recomposto e seguirá normalmente. É claro que a depender do tempo, nosso ano letivo 2015 poderá adentrar o ano civil 2016.
            
       A suspensão do calendário escolar implicaria necessariamente, na nossa compreensão, o adiamento do processo vestibular. Tal medida, consequência inevitável da situação presente, é necessária tanto pela impossibilidade de termos professores e funcionários realizando as atividades necessárias de inscrições e provas, quanto, e principalmente, em respeito aos estudantes das escolas públicas que também em greve, merecem ter as condições necessárias para inscrição e realização do vestibular da UEL. Estudantes e professores da rede de ensino básico e da universidade são parceiros na defesa pela escola pública de qualidade em todos os níveis.

Reafirmamos, professor algum sente-se confortável com essa situação, preferimos a sala de aula, o ensino, as atividades de pesquisa e extensão, mas nossos direitos foram atacados e usurpados violentamente, por isso a GREVE.

segunda-feira, 1 de junho de 2015