segunda-feira, 8 de junho de 2015

ARTIGO: “SUSPENSÃO DO CALENDÁRIO LETIVO” ação inevitável e necessária

Por  
Marta Favaro
Professora do Departamento de Educação  da Universidade Estadual de Londrina 
Maria Luiza M. Abbud
Professora do Departamento de Educação  da Universidade Estadual de Londrina 

             Diante do difícil cenário que estamos vivendo de desrespeito à educação, às condições de trabalho e aos direitos do funcionalismo público, no papel de professoras de uma instituição Pública nacionalmente respeitada como é a Universidade Estadual de Londrina, gostaríamos de nos dirigir aos nossos estudantes, mas antes, necessário se faz ‘engrossar’ o APELO aos nossos representantes no Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão, qual seja, DELIBEREM pela aprovação da suspensão do calendário das atividades de ensino:

Primeiro, porque isso preservará nossos estudantes da ação coercitiva de colegas que insistem em “desenvolver suas atividades” à revelia do movimento. Lembramos que eles também estão mobilizados;

Segundo, evitará o transtorno de lidarmos com dois calendários letivos com diversas e descompassadas situações de registro de atividades e freqüência. No caso da existência de dois calendários ambos deverão ser cumpridos, duplicando as atividades, visto que é direito dos estudantes submetidos aos hipotéticos calendários “A e B”, terem integralizados os dias letivos e atividades estabelecidas como mínimas.

Terceiro, a suspensão nos preservará, estudantes, professores e funcionários, nos colocando em situação administrativa e de calendário, compatíveis com a condição de trabalho da rede pública de Educação Básica, nossos parceiros incansáveis na luta pelos direitos do funcionalismo público, que todos somos.

Quarto, a Universidade só tem sentido de existir, pelo fato de termos estudantes vinculados a Ela, a suspensão do calendário letivo é uma manifestação de respeito à comunidade acadêmica.
            
           Aos nossos estudantes gostaríamos de esclarecer que o que foi deliberado pela Assembléia dos docentes e que precisa ser aprovado pelos Conselhos competentes da UEL foi a suspensão do CALENDÁRIO ESCOLAR, essa medida é necessária para protegê-los de ações coercitivas que os obriguem a freqüentar as atividades durante o movimento de greve. A suspensão não é cancelamento como correm os boatos, associando o calendário letivo ao calendário civil, indicando que a suspensão agora implicaria em não termos mais atividades até o próximo ano. É necessário compreender que são duas coisas distintas: calendário escolar e calendário civil. O calendário escolar poderá ser recomposto a qualquer tempo sem prejuízos maiores à atividade acadêmica. Temos consciência que o prejuízo se dará no tempo que levaremos para integralizar o ano letivo de 2015. Não há como prever a duração da greve (condição imposta pelo descaso, pelo desrespeito, pelo descompromisso do governo do Paraná na figura dos seus representantes), mas assim que retomarmos as atividades o ano letivo será recomposto e seguirá normalmente. É claro que a depender do tempo, nosso ano letivo 2015 poderá adentrar o ano civil 2016.
            
       A suspensão do calendário escolar implicaria necessariamente, na nossa compreensão, o adiamento do processo vestibular. Tal medida, consequência inevitável da situação presente, é necessária tanto pela impossibilidade de termos professores e funcionários realizando as atividades necessárias de inscrições e provas, quanto, e principalmente, em respeito aos estudantes das escolas públicas que também em greve, merecem ter as condições necessárias para inscrição e realização do vestibular da UEL. Estudantes e professores da rede de ensino básico e da universidade são parceiros na defesa pela escola pública de qualidade em todos os níveis.

Reafirmamos, professor algum sente-se confortável com essa situação, preferimos a sala de aula, o ensino, as atividades de pesquisa e extensão, mas nossos direitos foram atacados e usurpados violentamente, por isso a GREVE.

2 comentários:

  1. A abertura das pautas de estagio obrigatório deveriam ter parecer favorável da comissão de ética da greve. Na situação atual, que está difícil conseguir uma vaga de estágio, quando estagiários são demitidos e quando encontra-se uma vaga tem que lutar a unhas e dentes, os estudantes da UEL estão sendo deixados de lado e substituídos pelos alunos das particulares, que não travam o contrato na burocracia.

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  2. A abertura das pautas de estagio obrigatório deveriam ter parecer favorável da comissão de ética da greve. Na situação atual, que está difícil conseguir uma vaga de estágio, quando estagiários são demitidos e quando encontra-se uma vaga tem que lutar a unhas e dentes, os estudantes da UEL estão sendo deixados de lado e substituídos pelos alunos das particulares, que não travam o contrato na burocracia.

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