sexta-feira, 26 de junho de 2015

ARTIGO: ALUNOS OCUPAM A REITORIA. E DAÍ?



Por
Lucinea Aparecida de Rezende
Professora do Departamento de Educação da UEL

"Alunos da Universidade Estadual de Londrina – UEL – ocupam a reitoria. Que ousadia! Quem são eles, afinal? Situando: são estudantes – moças e moços que procuraram uma universidade para receberem colaboração naquilo que precisam: formação.

Como professora da UEL em final de carreira, quero justificar a expressão que usei acima: “ousadia”. É preciso ser ousado/a nesse nosso país, em particular em nosso estado do Paraná, ora palco de tantas coisas não desejáveis pela maioria da população, para escapar da mesmice. Para escapar de coisas imorais e ilegais, como tem noticiado frequentemente a imprensa local, estadual e nacional.

Estamos ao final de junho de 2015. Até agora, um semestre sem aulas. O que isso representa para um estado, uma nação? Há coisa pior? Sim, pode haver. Pior do que isso é professores e alunos serem tratados com bombas de gás, com cães, com agressões que passam por acusações não sustentadas e exposições equivocadas. Pior do que isso é aluno ter que ocupar reitoria para evidenciar o estado em que se encontra a universidade, que deveria estar aparelhada para o ajudar em sua formação. Pior do que isso é não atentarmos para a gravidade do que vem ocorrendo.

Esses estudantes, que eu perguntei quem são, no mínimo são a minha esperança, hoje. Eles não se calaram, não se acorvadaram, não se venderam. Lutam o bom combate. A utopia, no melhor sentido da palavra, um sonho, pode voltar! Quando tudo falha, os jovens – jovens como esses, capazes de assumir seus sonhos − podem mostrar que tudo pode ser mudado.

Eles estão a dizer a todos: − prestem mais atenção em nós e na universidade! Estamos a pedir socorro! As coisas estão muito mal! Frente a isso, há que se atentar para esse alerta desesperado. Desesperado, sim. Já há um semestre sem aulas, ainda tendo que continuar a greve, porque não houve atendimento do essencial. Não houve atendimento à instituição universidade e nem aos professores e alunos.

Apelos não foram ouvidos. O grito ficou ainda mais ecoante! Pais, sociedade organizada, prefeito, pessoas que acreditam que o país pode mudar para melhor, não ignorem esses gritos todos, ainda que estejamos roucos, ainda que sejamos poucos. É vital o pedido de socorro! Que todos escutem e ajam: não dá para esperar mais."

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