quinta-feira, 5 de março de 2015

Assembleia docente aprova continuidade da greve e rechaça tentativa do governo de alterar a ParanáPrevidência

Professores aprovaram a criação de uma comissão de mobilização para garantir que todas as atividades nas universidades sejam executadas no sentido de respeitar a decisão da assembleia de permanecer em greve (foto: Sindiprol/Aduel)


Cerca de 500 docentes que lotaram o Anfiteatro Maior do CCH na manhã desta quinta-feira (5) não deixaram dúvidas: a greve continua e mais forte do que nunca. A categoria repudiou mais uma vez a tentativa de Beto Richa de sequestrar os R$ 8 bilhões da ParanáPrevidência. Durante as falas, uma docente observou: "Na iniciativa privada, se qualquer patrão tentar pegar o dinheiro da aposentadoria do seu funcionário, ele vai preso".

A preservação do sistema previdenciário foi considerado o principal ponto da pauta docente, o que unifica o movimento grevista da UEL com os outros servidores do Paraná. A bravata do governo de usar o Tribunal de Justiça do Paraná para tentar proibir a greve dos professores do ensino médio não assustou os docentes da UEL, assim como não assustou os 20 mil trabalhadores que votaram pela manutenção da greve na assembleia convocada pela APP-Sindicato na última quarta-feira (4).

"A decisão do Tribunal de Justiça [de tentar forçar o fim da greve do ensino médio] é ilegal porque tem vício vício de legitimidade; não é papel da Justiça intervir na negociação entre trabalhadores e patrões", explicou aos docentes o presidente do Sindiprol/Aduel, Renato Lima Barbosa, que também é advogado trabalhista. "Se a assembleia nos colocou na greve, apenas outra assembleia pode retirar", lembrou outra professora.

Negociação já!

Os informes da diretoria do Sindiprol/Aduel dão conta de que o governo não deu início à negociação com os grevistas das universidades. "Até agora Beto Richa sentou para conversar apenas com os reitores. Durante a reunião que tivemos com o João Carlos [secretário da SETI] ele simplesmente deu informes não discutiu nenhuma das nossas reivindicações", informou o diretor do Sindicato, Evaristo Colmán. Assim, a categoria decidiu reivindicar a abertura imediata das negociações.

Nem a queda de energia durante a assembleia desmobilizou os professores, que aprovaram a criação de uma comissão de mobilização ligada ao Comando de Greve docente para garantir que todas as atividades na UEL, UENP e Unespar/Apucarana sejam executadas no sentido de respeitar a decisão da assembleia de permanecer em greve.

Conheça a lista completa de reivindicações aprovadas pela assembleia:

- Continuidade da greve por tempo indeterminado;

- Retirada definitiva de qualquer projeto que altere a ParanáPrevidência;

- Abertura de negociações entre o governo e o movimento grevista (docentes, técnico-administrativos e estudantes); as propostas devem ser assinadas e publicizadas pelo governador, apresentadas aos representantes do movimento de greve;

- Imediata retirada da UENP e UNESPAR do META 4, e revogação dos decretos que ameaçam colocar as outras universidades sob gestão direta do governo;

- Revogação do decreto que cria o Grupo de Trabalho sobre Autonomia;

- Pagamento imediato do terço constitucional de férias;

- Repasse imediato dos valores devidos às universidades;

- Implementação do incentivo por titulação já acordado como governo;

- Nomeação imediata dos docentes aprovados em concursos públicos.



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